Histórico

HISTÓRICO DO PPGDARQ

O PPGDARQ apresenta uma relação intrínseca com a graduação em Arquivologia ofertada pela UEPB e UFPB. Do desejo à ação, efetivamente, esta proposta começou a ser debatida e construída em 2014 e, desde então, os seus professores desenvolvem ações de autoavaliação para melhorar e qualificar o corpo docente e a própria estrutura curricular prevista.

Em 2022, quando se pretendia enviar a proposta em modalidade profissional, criou-se a Comissão Própria de Avaliação – CPA deste programa para aprimorar o rendimento, assegurar e manter a qualidade deste programa, seguindo os critérios estabelecidos pela CAPES, as ações planejadas e vivenciadas foram debatidas e atualizadas pela comunidade acadêmico-científica em processo contínuo e, mediante resultados, redirecionadas a cada período. Como resultado inicial da CPA e de estudo da demanda local e regional, resolveu-se mudar a modalidade para Mestrado Profissional e fazer uma proposta associativa com a UFPB que também tem um curso de Arquivologia e professores que já atuam em cooperação acadêmica.

Os cursos de Arquivologia da UEPB e da UFPB, desde a sua criação, apresentaram o desejo de seu corpo docente e discente de ofertar um programa de pós-graduação na área da Arquivologia.

Pela RESOLUÇÃO/UEPB/CONSUNI/010/2006, em 25 de março de 2006, A UEPB decide pela criação do Curso de Bacharelado em Arquivologia (CBA) que, desde a sua fundação em 29 de agosto de 2006, vem desempenhando importante papel de comprometimento e seriedade com o desenvolvimento cognitivo e profissional dos estudantes, voltado para o ensino, a pesquisa e a extensão.

Com sede no Campus I, situado em João Pessoa, o Curso de Graduação em Arquivologia, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), foi criado em 2008, e está vinculado ao Departamento de Ciências da Informação do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA).  Sua história remonta do início da década de 1990, em que geminava, na UFPB, o interesse por criar um Curso de Arquivologia.

O levantamento realizado confirma a existência de forte demanda local e regional por cursos de qualificação profissional na área de gestão de documentos e da informação. De acordo com dados do Portal Transparência do Tribunal de Contas da Paraíba1, referentes a outubro de 2021, os poderes executivo, legislativo e judiciário estaduais contam com 35.850 servidores ativos. Uma parcela expressiva desse segmento depende da recuperação eficaz da informação para a implementação ativa do planejamento estratégico.

Cabe também lembrar que a gestão documental, além de implicar em economia de recursos públicos, é imprescindível para viabilizar o atendimento às demandas informacionais dos cidadãos. Além desses servidores, o Estado da Paraíba, referente a novembro de 2021 e de acordo com dados do Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (SIAPE)2, conta com 12.344 servidores federais ativos e lotados em órgãos dessa unidade da federação.

Os estados circunvizinhos como Pernambuco apresenta 12.477, Rio Grande do Norte 11.701, Ceará 10.750 servidores que também demandam capacitação já comprovada em cursos ofertados pela UEPB e pela UFPB. Esse segmento também depende da gestão documental eficaz para enfrentar os desafios acima mencionados, também tendo de implementar o “Sistema Eletrônico de Informações (SEI), que se estrutura a partir da gestão de documentos, classificação e avaliação documental arquivística.

De acordo com dados do Ministério da Educação (MEC)3, somente em termos de Instituições Federais de ensino, o Estado da Paraíba conta com 26 unidades, entre sedes e campis. Nessas instituições, há demanda por qualificação nas linhas propostas pelo Programa de Pós-graduação em Gestão de Documentos e Governança Arquivística (PPGDARQ).

Por último, mas não menos importante, cabe dizer, ainda, que João Pessoa possui complexa rede de empresas e prestadores de serviços que empregam arquivistas graduados nos dois cursos de Arquivologia existentes neste Estado, mas que carecem de atualizações e formação complementar tendo em vista as organizações específicas em que desempenham as atividades profissionais.

A Arquivologia, como ciência, é um fenômeno contemporâneo e se configura com perspectivas sob diversas dimensões de saberes e fazeres no campo arquivísticas.

A relativização do domínio quase absoluto das instituições arquivísticas quanto à produção e à legitimação do conhecimento por décadas vem diminuindo e se abrem novos espaços nas universidades para discussão epistemológica do próprio campo empírico, de seus objetos, de seus métodos.

As visões são distintas e trazem contribuições e/ou distorções ao construir a pesquisa na área. Há trabalhos que seguem a linha da Arquivologia como um campo autônomo e uma ciência auxiliar da História; ou a Arquivologia como uma disciplina que constitui uma subárea da Ciência da Informação; e a vertente que investiga a Arquivologia como uma ciência em permanente construção, dotada de autonomia e interdisciplinarmente construída nas relações com outras ciências, tais como a Linguística, Administração, Ciência da Informação, História, entre outras. (JARDIM, 2012).

Apostando nessa última vertente, o corpo docente desse programa, compreendendo a diversidade de formação de seus professores, assume uma postura interdisciplinar de investigar a área, em uma “inter-relação de processos, conhecimentos e práticas que transborda e transcende o campo da pesquisa e do ensino no que se refere estritamente às disciplinas científicas e a suas possíveis articulações, em constante colaboração entre diversos campos do conhecimento e do saber dentro de projetos que envolvem tanto as diferentes disciplinas acadêmicas, como as práticas não científicas que incluem as instituições e atores sociais diversos”. (LEFF, 2000, p. 22).

É nesse sentido que diversas disciplinas podem repartir tarefas de pesquisa, sem se afastar de seus conceitos e métodos, para contribuir em um projeto ou em uma problemática comum. Esses processos correspondentes ao que se denomina uma interdisciplinaridade técnica integram uma série de ciências e tecnologias aplicadas como uma divisão do trabalho intelectual, científico e técnico, tanto nos processos de produção, como em um conjunto de projetos sociais.

A interdisciplinaridade tem como função desenvolver no sujeito um processo de pensamento que o torne capaz de enfrentar novos objetos de conhecimento, buscar uma nova síntese.

O ponto principal da concepção de interdisciplinaridade desse corpo docente é definido de Zonas Fronteiriças. Acredita-se que as demarcações de cada disciplina contribuem para entender o objeto multifacetado, com vários pontos de vista. É justamente nas zonas fronteiriças de cada disciplina em relação à outra que a dimensão da cooperação atua, respeitando o conhecimento epistemológico e metodológico utilizado em cada uma delas. Nas zonas fronteiriças de integração, há abertura para o diálogo sem que isso implique abandono da identidade disciplinar originária.

Além da interdisciplinaridade, o PPGDARQ também atenderá a perspectiva da transdisciplinaridade, uma vez que, conota uma estratégia de pesquisa que atravessa muitas fronteiras disciplinares para criar uma abordagem holística que compreende o conhecimento de uma forma plural. 

O corpo docente desta proposta é composto por 13 professores, sendo permanentes 11 (dez), destes 6 (seis) da UEPB, 4 (quatro) da UFPB e 1 (um) da UFPE e 2 (dois) colaboradores, 1 (um) da UFPB e 1 (um) da UFMG.

Por fim, o PPGDARQ, é uma ação estratégica da UEPB e da UFPB em sentido amplo e dos professores que compõem esta proposta, em sentido restrito, para permitir a estes, notadamente produtivos, continuação de suas atividades de pesquisa que vinham desenvolvendo em seus doutorados e pós-doutorados. Neste sentido, todos os esforços demandados são para inserir a UEPB e a UFPB no cenário nacional/internacional da pesquisa em Arquivologia em uma perspectiva mais ampla do que vem ocorrendo; portanto, a atuação dos docentes se dá em pós-graduações em áreas próximas da Arquivologia e em atividades de iniciação científica, em que os objetivos da pesquisa ficam limitados em profundidade.

A CAPES divulgou o resultado da aprovação do PPGDARQ em 7 de junho de 2023, e a aula inaugural acontecerá em 15 de março de 2024, no Campus V da UEPB

No dia 15 de dezembro de 2023, foi publicado no Diário Oficial da União a Súmula de Pareceres que consta a aprovação do PPGDARQ no Conselho Nacional de Educação (CNE).

 

1 Disponível em: https://tce.pb.gov.br/sagres-online. Acesso em: 13 out. 2021.