Aula inaugural do Doutorado em Ecologia e Conservação debate ciências e perspectivas da pós no cenário atual

12 de março de 2019

O Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação (PPGEC) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) promoveu, na manhã desta segunda-feira (11), a aula inaugural da primeira turma do Doutorado em Ecologia e Conservação, uma conquista que vinha sendo empreendida pelos pesquisadores do PPGEC desde 2010, quando da formação da primeira turma do Mestrado.

O evento, que aconteceu no Anfiteatro II do Centro de Ciências Biológicas e Sociais (CCBS), Câmpus de Campina Grande, contou com a participação do professor Paulo Santos, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e atual coordenador da área de Biodiversidade da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que ministrou a aula “Perspectivas da pós-graduação no cenário atual”, e do professor Adriano Sanches Melo, da Universidade Federal de Goiás (UFG), que abordou o tema “Desmistificando ciências e cientistas”.

Coordenadora do PPGEC, Joseline Molozzi fez uma apresentação do programa, destacando a história dos cursos de pós-graduação, a formação do corpo docente, as parcerias firmadas e os eventos de destaque já realizados. Ela enfatizou que este é um programa de excelência na área, com reconhecimento nacional e internacional e boa participação do corpo discente em pesquisas. “Temos cinco bolsistas de Produtividade em Pesquisa (PQ), com um grande número de produção de artigos científicos em nosso Departamento de Biologia. Estamos muito felizes com essa aula inaugural e com a presença de dois parceiros que estiveram sempre nos apoiando”, disse.

Na plateia, um público formado por estudantes de graduação, pós-graduação e pesquisadores da Instituição recepcionaram os palestrantes convidados e os oito novos alunos do Doutorado, egressos de várias partes do Brasil, mas principalmente do curso de Mestrado em Ecologia da UEPB. A pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da UEPB, professora Maria José Lima, reforçou o empenho dos docentes que fazem parte do programa, no sentido de manter o curso em melhor qualidade e com infraestrutura necessária ao desenvolvimento dos cursos, além da grande contribuição que tem sido dada para a área de Ecologia no Nordeste.

Segundo José Etham Barbosa, coordenador adjunto do PPGEC, os pré-projetos apresentados na seleção um excelente nível, com muitos temas voltados à área de biodiversidade. “Os alunos abordam recursos hídricos, vegetação, semiárido, ambientes costeiros marinhos, estuários, entre outros. Há, por exemplo, pesquisas relacionadas à transposição do Rio São Francisco, trazendo a água como elemento agregador e que impacta diretamente a população e a sociedade. É um leque de atividades voltadas às políticas e aos desafios existentes hoje em meio ambiente e em sustentabilidade de recursos naturais das áreas de preservação”, destacou.

Aulas de abertura

Com foco nas perspectivas da pós-graduação no cenário atual, o professor Paulo Santos, um dos pesquisadores convidados, ministrou uma aula voltada aos alunos, mas também dirigida aos docentes, ressaltando a importância do corpo discente nos cursos de doutorado, dentro do que é o novo de modelo de avaliação da Capes. Em sua fala, ele apontou o desenvolvimento da área e as propostas que vêm sendo consolidadas nesse novo modelo.

Com experiência como coordenador na área de Biodiversidade, o que abrange o PPGEC e outros quase 150 programas espalhados pelo Brasil, o professor vem acompanhando desde 2010 a qualidade e o desenvolvimento do programa em Ecologia e Conservação na UEPB, dando todo um suporte à área. Na sua opinião, a última avaliação feita no programa em 2017 mostrou que o curso de Mestrado já estava consolidado, sendo atribuída nota 4 para submissão à proposta de doutorado.

Em continuidade à aula e pensando na visão equivocada que boa parte dos alunos de graduação e de pós-graduação tem a respeito do que é ser um cientista, o professor Adriano Sanches Melo trouxe alguns pontos para desmitificar as ações dos pesquisadores e mostrar que ciência não é algo distante da realidade dos estudantes. “Há uma visão ultrapassada sobre como se faz o trabalho científico. Muitos procuram focar na coleta de dados, algo que envolve tempo e custos, e colocam até 90% de seu trabalho na coleta, restringindo a parte intelectual a apenas 10%. Então, temos que ser mais críticos sobre o que estamos fazendo, para que o trabalho se mostre mais completo”, afirmou.

Ele indicou também que, para enriquecer o Currículo Lattes, o pesquisador deve pensar em ineditismo e nunca deixar de pensar e se atualizar sobre os temas mais atuais. “Deve-se ler bastante, fontes boas e interessantes. A primeira coisa é estar antenado com a literatura internacional, artigos não tão fáceis para quem está iniciando, mas vencer essa barreira é importante para crescer em suas próprias publicações e na sua carreira”, salientou.

Secom/UEPB
Texto e fotos: Giuliana Rodrigues